Introdução

A tecnologia da informação começou a ser empregada na década de 1960. Nessa década, o tema tecnológico que rondava as organizações era o “processamento de dados”. Na época, a maioria das empresas direcionava os recursos para o processamento centralizado de dados em mainframes (grandes computadores) e para os sistemas de controles operacionais, tais como faturamento, estoque, folha de pagamento, finanças e contabilidade. Com a informática, as empresas integraram os seus sistemas. Na atualidade, a informática se transformou em tecnologia da informação (TI), integrando os seus emergentes e modernos recursos. A TI pode ser conceituada como “o conjunto dos recursos tecnológicos e computacionais para guarda de dados, geração e uso da informação e de conhecimento”.
Desenvolvimento
A evolução da TI, segundo KENN (1996, pg. XXV) pode ser divida em quatro períodos diferentes:
1º período - Processamento de dados (década de 1960);
2º período - Sistemas de informações (década de 1970);
3º período - Inovação e vantagem competitiva (década de 1980);
4º período - Integração e reestruturação do negócio (década de 1990)
1º Período - Processamento de Dados
Em 1960 os computadores começaram a se tornar importantes para as grandes e médias empresas, mas eram limitadíssimos quanto a aplicações e incompatíveis entre si. Os avanços da informática eram puxados pelo hardware que apresentasse melhorias no custo, velocidade dos equipamentos e aplicações, pois não havia empresas que desenvolviam pacotes.
Na década de 1970, as linhas telefônicas de voz passaram a permitir o acesso a terminais remotos de computadores e as telecomunicações se tornam uma base tecnológica. Toda a ação acontecia na sala de processamento de dados (Centro de Processamento de Dados) responsáveis pelo tratamento das informações, onde o acesso a esse volume de dados era realizado por relatórios gerados pelo sistema ou terminais ligados ao computador central. Porém havia resistência por parte de usuários ao novo sistema.
2º Período- A Era dos Sistemas de Informações
Em meados de 1970 as transformações tecnológicas começaram a abrir novas opções para a transformação de dados em informações e ao melhoramento e adequação dos sistemas de acordo com as necessidades de cada empresa.
O terminal, pela primeira vez, se torna flexível, permitindo o computador processar diversas tarefas simultaneamente com vários usuários. Surgem também os pacotes de software que, combinados com a flexibilidade dos terminais, estimularam uma série de inovações.
Segundo KENN (1996, p. XXXVII), “a maior evolução técnica dessa época foi a passagem do processamento de transações para o gerenciamento de banco de dados." Surge então os sistemas gerenciadores de banco de dados (SGBDs), que organizam as informações de uma maneira eficaz.
3º Período - A Era da Inovação e Vantagem Competitiva
Em 1980, ocorreram mudanças tecnológicas principalmente em tecnologias de escritório e microcomputadores, e o termo “Tecnologia da Informação” passou a ser mais usado. Os gerenciadores de banco de dados se tornaram disponíveis nos PC’s, assim as atenções se voltavam para o mercado em busca de novas estratégicas com base das tecnologias de TI.
Criaram-se programas de “conscientização gerencial” para os altos executivos e o Centro de Suporte ao Usuário (CSU) ou o chamado “Help Desk”, onde os usuários consultavam para esclarecer dúvidas, além de receberem consultoria na área tecnológica. Mesmo com todos os avanços da época, como as redes locais, os computadores ainda eram incompatíveis entre si, dificultando assim a integração dos sistemas e uma maior flexibilidade. A busca pela descentralização se torna mais forte.
4º Período - A Era da Integração e Reestruturação do Negócio
Na década de 1990, sistemas abertos, integração e modelos se tornam itens essenciais nos departamentos de sistemas acabando com a incompatibilidade. A integração tecnológica flexibilizou e facilitou a troca e o acesso às informações otimizando o funcionamento da empresa. Surge, por exemplo, o sistema EDI (electronic data interchange ou troca eletrônica de dados).
“A TI é reconhecida como fator crítico de capacitação, principalmente através das telecomunicações, que permite eliminar barreiras impostas por local e tempo às atividades de coordenação, serviço e colaboração”.(KENN, 1996, p. XLIX). De modo súbito, a mudança se acelerou em quase todas as áreas do negócio e da tecnologia. A transformação e utilização das ferramentas da TI se tornam globais e as distinções entre computador e comunicação desaparecem mudando radicalmente o mundo dos negócios. O computador se torna elemento de TI indispensável em uma organização.
A evolução do armazenamento de informações: do “Dado” ao “Conhecimento”
Antigamente os recursos da TI processavam dados, que era “algo” armazenado ou depositado para ser tratado. O dado é entendido como um elemento da informação, um conjunto de letras, números ou dígitos, que, tomado isoladamente, não transmite nenhum conhecimento. A gestão de dados e informações compreende as atividades de guarda e recuperação dedados e níveis e de controle de acesso às informações. Essa gestão requer um completo plano de contingência e um plano de segurança de dados e Informações.
Quando o dado é “trabalhado” por pessoas e pelos recursos computacionais, possibilitando a geração de cenários, simulações e oportunidades, pode ser chamado de conhecimento. O significado do conhecimento complementa, portanto o conceito de informação com valor relevante e de propósito definido.
Nesse trajeto do dado para o conhecimento, a TI pode desempenhar um relevante papel de suporte na gestão dos negócios das organizações inteligentes. Um exemplo disso é o papel desempenhado pelo GATUA - Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia - ofertando produtos e soluções para aumentar a eficiência na produção desde o início até o fim dos processos na área industrial de cada usina sucroenergética.
• Há 45 anos, os recursos da TI estavam direcionados para softwares ou sistemas de informações operacionais que garantiam principalmente o processamento trivial dos dados das empresas.
Atualmente, a evolução dos sistemas de informação (SI) se apresenta nas mais diversas formas e tipos.
Os SI operacionais contemplam o processamento de operações e transações rotineiras, em seu detalhe, incluindo seus respectivos procedimentos.
Os SI gerenciais contemplam o processamento de grupos de dados das operações e transações operacionais, transformando-os em informações agrupadas para gestão.
Os SI estratégicos trabalham com os dados no plano macro, filtrados das operações das funções empresariais da organização, considerando, ainda, a relação entre o meio ambiente interno e/ou externo, visando auxiliar o processo de tomada de decisão da alta administração e do corpo gestor da empresa.
Os SI também podem se apresentar em níveis organizacionais, tais como pessoal, de grupo ou departamental, organizacional e os inter-organizacionais, nos quais se enquadram os sistemas globais de informação, envolvendo várias empresas.
Atualmente, para realizar esses sistemas nas empresas, a TI e seus recursos são necessários. Para tanto, as empresas têm como opção a utilização de diversas tecnologias modernas. As principais TI aplicadas à geração de informações oportunas dos SI são: Executive Information Systems (EIS); Enterprise Resource Planning (ERP); Sistemas de Apoio a Decisões (SAD); Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD); Data Warehouse (DW); Recursos da Inteligência Artificial (IA); Sistemas Especialistas; Data Mining (DM); Database Marketing (DBM); recursos da internet; automação de escritórios; recursos On-Line Analytic Processing (OLAP), On-Line Transaction Processing (OLTP), entre outras.
Em paralelo à utilização dessas tecnologias, surgem os sistemas de conhecimentos, que manipulam ou geram conhecimentos organizados para contribuir com os seres humanos, com as organizações e com a sociedade como um todo. Podem ser compostos pelos recursos emergentes da TI ou por simples softwares específicos, onde podem ser geradas informações oportunas e/ou conhecimentos personalizados com valores agregados. A difusão de informações relevantes e úteis, “trabalhadas” por pessoas e/ou por recursos computacionais, produzidas com qualidade, de forma antecipada e transformadas em conhecimento explícito, que possa ser utilizado por todas as pessoas da organização, dá suporte à obtenção de vantagem competitiva e à conquista da inteligência empresarial.
O antigo Plano Diretor de Informática (PDI) tinha seus esforços mais direcionados para o plano de informática e seus respectivos recursos tecnológicos de hardware e software. Ele normalmente não contribuía de fato com as estratégias e as operações das organizações.
O Planejamento Estratégico da Tecnologia da Informação (PETI) é um processo dinâmico e interativo para estruturar estratégica, tática e operacionalmente as informações organizacionais, a TI (e seus recursos: hardware, software, sistemas de telecomunicação, gestão de dados e informação), os sistemas de informação e do conhecimento, as pessoas envolvidas e a infraestrutura necessária para o atendimento de todas as decisões, ações e respectivos processos da organização. A diferença fundamental reside no planejamento das informações necessárias para a gestão de toda a empresa, que passa a contemplar o perfil profissional dos recursos humanos envolvidos. O PETI deve estar alinhado aos negócios. Para que esse alinhamento aconteça, o maior desafio dos gestores ainda é fazer com que a TI desempenhe seu relevante papel estratégico nas organizações, agregando valores aos seus produtos e/ou serviços e auxiliando a promoção das inteligências competitiva e empresariais. É fundamental, portanto, que os recursos computacionais da TI disponibilizem informações oportunas e conhecimentos personalizados que possibilitem a geração de cenários decisórios.
Conclusão
O desenvolvimento do TI foi de extrema importância para áreas como o comércio, a prestação de serviços e a produção de bens de consumo. Portanto, com o uso da Tecnologia da informação, é possível organizar informações e conhecimento, compartilhar experiências, permitindo a troca de informações em questões técnicas envolvendo equipamentos, softwares ou soluções que o mercado constantemente oferece, além de oferecer soluções e informações necessárias às empresas, para que estas otimizem seus resultados e aumentem sua capacidade de produção e consequentemente, gerem mais lucros e capital de giro, possibilitando sua permanência no mercado.